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Restaurações e Réplicas

Restaurações e Réplicas de Esculturas e Monumentos

Restauração de esculturas da Praça dos Cachorros em Santana do Livramento
Restauração de esculturas da Praça dos Cachorros em Santana do Livramento
Restauração do Monumento Lubianca, na presença autor, no Parque Farroupilha em Porto Alegre
Réplica do Monumento Otávio Rocha em Porto Alegre
Restauração de escultura em pedra-sabão, Porto Alegre
Escultura em pedra-sabão restaurada, Porto Alegre
Busto depredado no Parque Farroupilha em Porto Alegre
Restauração de busto no Parque Farroupilha em Porto Alegre
Réplica Busto restaurado em resina e pó de bronze no Parque Farroupilha em Porto Alegre
Restauração de escultura de Gilberto Pegoraro em Porto Alegre
Restauração do Monumento a Garibaldi e Anita em Porto Alegre

   A reconstituição do laço do Laçador

    Luiz Henrique Mayer foi o profissional contratado pelo projeto Construção Cultural para reconstituir o laço do monumento O Laçador, que estava em péssimo estado. O artífice já havia trabalhado anteriormente na restauração dos monumentos do Parque Farroupilha, é natural de Recife, mas veio para o Rio Grande do Sul em 1973. Em 1986 foi agraciado com um prêmio nacional na categoria “Pintura”, no salão dos Correios. A partir de 1990, passou a dedicar-se exclusivamente às artes, com cursos no Atelier Livre de Porto Alegre, onde frequentou as oficinas de pintura de Vera Wildner, de desenho com a artista e professora Daisy Viola e de litografia com Miriam Tolpolar. Em 1996, iniciou um trabalho no atelier de escultura de Vasco Prado, onde aprendeu toda a rotina. Paralelamente, executou várias obras em restauro do mestre e de outros escultores.    

    Tendo como principal objetivo substituir os originais em bronze por uma liga sintética que tivesse a mesma textura, chegou então a uma soma de elementos que produzisse esse efeito com boa durabilidade (resina epóxi, pó de bronze, pó de mármore, sílica e fibra de carbono). Essa liga foi a utilizada para a execução do laço da estátua O Laçador que ficou com o peso total final de 70 kg.

Inauguração do monumento O Laçador, com o prefeito Leonel Brizola e o escultor Antonio Caringi, em 1958.

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Restauração do monumento O Laçador

Texto e fotos retiradas de Resgate do Patrimônio Histórico: Construção Cultural – Restauração do Monumento
O Laçador. / Organizado por Vitor Ortiz e Denise Viana Pereira. – Porto Alegre:
Associação Sul-Riograndense da Construção Civil, 2022.
72p.:il. 21 x 24cm.
Série Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural

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Acima, o laço reconstituído em partes. Ao lado (foto superior),o molde com a trama utilizadae (foto inferior) o trabalho de encaixe na mão da estátua.

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     Para execução da modelagem da peça foram consultados dois pesquisadores e conhecedores do assunto: Eduardo Fonseca, estudioso e praticante de laço, e Décio Gomes, artesão que trabalha há muito tempo confeccionando laços e demais peças da cultura gauchesca em couro, responsável pelas amostras dos pontos principais do laço em escala para a estátua, de onde foram retirados os moldes.     

    Havia dois desafios para a boa execução do trabalho: o primeiro, encaixar o laço dentro do espaço da mão da escultura (9cm x 10cm), e o segundo, dar a este laço sustentação, pois a liga não tem a mesma resistência ao atrito que o bronze. Logo, a solução foi fazer uma peça articulada e, por dentro desta, introduzir um cabo de aço. Foi possível então passar pelo interior do espaço da mão cada uma das encolhas do laço, tornando mais natural as passadas e caimentos da armada.
    Conforme pode ser verificado na biografia do consultor Eduardo Fonseca, trata-se, no caso, de um laçador, detentor do saber prático do manejo e das formas adquiridas pelo laço no seu uso tradicional.
O domínio do conhecimento campeiro também legitima
a sua condição de pesquisador.
    Em suas pesquisas, observou a reportagem da GZH que continha uma fotografia de 1958 da inauguração da estátua. Nesta, estavam o governador Leonel Brizola e o escultor Antonio Caringi, sendo a foto oriunda do acervo da família Caringi. Foi essa referida imagem que proporcionou o olhar do artista Luiz Mayer para a reprodução do laço.
    Na sequência, e por conta da grandiosidade do projeto que envolve o maior símbolo gaúcho, Eduardo entendeu ser importante refletir sobre o tema com alguns gaúchos reconhecidos no meio campeiro, tendo consultado Glênio Antonio Wallauer Magalhães, gaúcho que circula no Pampa, tendo contribuído com imagens do objeto laço, mas principalmente nas reflexões e análises relativas à cultura que a peça está envolvida, no tocante à forma e aos usos. Também foram consultados os irmãos Manoel Luiz Gomes de Almeida e Décio Gomes de Almeida, ambos de uma família de tradição pecuária conhecida no litoral. Homem de domínio prático de toda lida de campo, Décio é detentor de vários saberes, entre eles o de guasqueiro, quem produz as correias, tiras de couro cru. Logo, foi quem produziu os moldes para uso do artista.

    Outras pessoas auxiliaram na consultoria: Julio Amorim, laçador, de família de tropeiros, envolvido com fornecimento de gado para rodeio e utilização em provas de laço, apresentou um laço para análise. Petri Pereira, de família de pecuaristas, outro consultado, é laçador e tem como paixão cavalos e aperos, tendo contribuído na análise das dimensões do laço, baseando-se nos seus laços de uso, que fazem parte do seu acervo.  

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